Ato de pré-campanha de Alexandre Padilha se torna um grande funeral do ex-ministro Luiz Gushiken
O Grande Encontro da Região Metropolitana 2013 do Partido dos Trabalhadores, que reuniu prefeitos e militantes do PT em São Paulo e cidades vizinhos, deveria ser um ato de pré-campanha de Alexandre Padilha, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas acabou se tornando um grande funeral de Luiz Gushiken , ex-ministro das Comunicações de Lula, que morreu na sexta-feira (13) devido a um câncer na região abdominal .
A morte de Gushiken acabou dominando os discursos. O próprio Lula admitiu que pensou nesta manhã se não seria melhor cancelar o evento e lembrou o companheiro, que foi o coordenador de sua campanha vitoriosa em 2002, em que atuou já com o estado de saúde debilitado pela doença.
O ex-presidente comparou o Gushiken combativo com quem ele conviveu ao que visitou há poucos dias, no Hospital Sírio-Libanês: "Gushiken não era mais o ser humano que eu tinha conhecido. Não era mais um ser humano, era um cadáver", afirmou durante o evento.
Tanto Lula quanto praticamente todos que falaram no palanque armado na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro da cidade, lembraram da injustiça sofrida por Gushiken ao ter sido acusado de participar do esquema do mensalão.
Sexta: Morre em São Paulo Luiz Gushiken, ex-ministro do governo Lula
Sexta: Morre em São Paulo Luiz Gushiken, ex-ministro do governo Lula
"Gushiken foi uma das vítimas das mentiras de uma parte da imprensa deste país. Eu sei o que ele sofreu com as infâmias que levantaram contra ele. Se a imprensa tivesse vergonha na cara, teria dado manchetes sobre a inocência", disse Lula, que chegou a chamar de canalhas jornalistas que veicularam as denúncias feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson, na época aliado do governo, contra Gushiken, que posteriormente foi inocentado pelo STF.
O deputado federal Paulo Teixeira, candidato a presidente nacional do partido, disse Luiz Gushiken, foi "profundamente injustiçado" na ação penal 470 (do mensalão). "O Ministério Público queria chegar aos 40 de condenados, por isso incluiu o nome dele. O MP deve desculpas à família de Gushiken", disse o deputado.
Gushiken chegou a ser denunciado com outros líderes petistas no processo do mensalão em 2005. Acusado de peculato, o próprio procurador-geral Roberto Gurgel pediu sua exclusão do processo - e o Supremo Tribunal Federal o tirou da lista de réus em 2012 .
O presidente do PT Rui Falcão, muito abalado, não atendeu à imprensa, mas lembrou em seu discurso da carta que Gushiken mandou para Lula pedindo demissão do Ministério das Comunicações. "Aquela carta é um documento histórico. Hoje estamos vivendo dias semelhantes àqueles".
O ex-deputado federal Ricardo Zarattini, um dos fundadores do PT e ex-exilado político, fez questão de falar do julgamento do mensalão. "[Gushiken] era o bom guerreiro, como são também os outros companheiros vítimas de uma justiça de exceção, como João Paulo Cunha, José Genoino e José Dirceu".
Arlindo Chinaglia, líder do governo na Câmara de Deputados, rememorou o papel de Gushiken na criação do relacionamento do partido com os sindicatos. "Ele era um elaborador, e portanto refletia as várias situações para muito além da área sindical. Tinha a cultura da política, mas não só dela", comentou, afirmando que o ex-ministro era budista fervoroso.
O aniversariante do dia Alexandre Padilha descreveu: "Gushiken trouxe para cada um de nós dois ensinamentos: o primeiro é o de uma pessoa que acredita que o mundo não acaba só no material. Há, na fé de cada um, algo que conduz o mundo. E segundo, quem acredita num projeto , na justiça social, e na solidariedade, enfrenta de cabeça erguida qualquer batalha".
Veja imagens do velório do ex-ministro Luiz Gushiken:
Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o ex-ministro Luiz Gushiken representou um valor inestimável para o Partido dos Trabalhadores (PT).
"O Gushiken foi um valor inestimável para todos do Partido dos Trabalhadores e para seus queridos familiares", afirmou ele. Suplicy, que esteve com Gushiken na semana passada, disse que ele estava feliz apesar de estar sofrendo e que estava regulando a quantidade de morfina que utilizava para reduzir as dores. "Ele era uma pessoa que estudou as diversas religiões e filosofias", destacou o senador ao afirmar que tinha muito afinidade com Gushiken.
Gushiken morreu na noite de ontem em São Paulo, aos 63 anos, em decorrência de um câncer contra o qual lutava há 12 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na região central. O velório está sendo realizado hoje, desde as 7 horas, no Cemitério do Redentor, na avenida Dr. Arnaldo, em São Paulo. O sepultamento está marcado para as 16h no mesmo local.
(Com informações da Agência Estado)
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